O lado do líder que sempre nos atraiu
Jesus era sempre e extremamente generoso! E assim eram os seus discípulos, que se tornaram os líderes da primeira igreja, como apóstolos. A pergunta que estamos fazendo e que motiva nosso empenho é de descobrir se hoje, em pleno século XXI, estamos alcançando o que vemos claramente exemplificado na vida deles.
Já no próximo capítulo começaremos a mostrar e a insistir que esta deve ser a marca do seguidor dele, seja líder ou não, em qualquer ambiente, começando em seu lar, com seus familiares, na sociedade, e, sobretudo, quando exerce seu chamado e sua profissão.
Estão convocados para nos ajudar nesta busca vários pesquisadores sérios de diversas culturas. Segundo Élton Nunes, um estudioso brasileiro, há três formas diferentes de colocar objetivos na formação de líderes: a primeira é a tradicional, a segunda, a crítica, e a terceira, a pós-crítica.
A linha tradicional, diz Nunes, quer formar seus alunos de forma acrítica. A linha crítica se esforça para desvelar as estruturas que têm poder e exercem pressão sobre os ‘pequeninos’. Mas a terceira objetiva ir além: não somente apontar quem está prejudicando o próximo, mas identifica também os diferentes tipos de atores sociais e étnicos em suas manifestações de atividade e expressão, trazendo à tona um quadro mais real do que se passa na sociedade, e o que pode ser feito para corrigir as injustiças e amenizar o sofrimento.
Para nosso propósito, cremos que as linhas crítica e pós-crítica incluem ou deveriam incluir a generosidade no perfil daqueles que saem das escolas de liderança cristãs.
Vale a pena refletir sobre o fato de o Ministério de Educação e Cultura em seu parecer sobre educação teológica apresentar sete eixos para nortear o curso de bacharel em Teologia. Estas diretrizes trazem bastante informação para orientar instituições teológicas em suas decisões fundamentais e refletem o anseio dos que labutam por uma classe de estudiosos nas áreas da ciência da religião e da Teologia, desejando um cuidado maior, e coerência no que é ensinado e no que se pretende alcançar.
Assim, os eixos se tornaram indicadores seguros para quem se ocupa deste campo. Do ponto de vista da generosidade, o conhecimento e a conscientização da realidade em que os membros de nossas igrejas convivem (principalmente os Eixos Sociopolítico, Filosófico, Histórico-cultural e Metodológico) são elementos fundamentais para uma leitura mais correta de sua situação social.
Mas, o que é generosidade? Lendo as narrativas sobre a vida de Jesus, temos a resposta: Ele deu tudo a Deus. Seus dias, suas noites, seus sonhos e feitos, suas obras cheias de labor e sua vida toda, tudo pertencia a Deus. (Jo 4.34) Mas, por conseguinte também, Ele se deu às pessoas sem nenhuma restrição, compartilhando com elas sua verdade, ministrando almas, curando as doenças, ouvindo as perguntas, “pois muitos vinham e iam e não havia nem tempo para Ele comer”; “Ele tinha compaixão deles, pois eram como ovelhas que não tem pastor”. (At 10.37-38)
Dar não é uma característica do ego. Ele é possessivo, manifestando-se, também, pela usura, avareza, ganância e mesquinhez. Estes vícios, porém, em certos setores de nossa sociedade são racionalizados como sinais de frugalidade, de economizar, de boa administração, de considerar o “dia mau”, e de “ser precavido”.
A salvação da qual a Bíblia fala tem a ver com uma “vida e felicidade para o ser humano de forma integral: ser ‘salvo’” é tudo isso! Este aspecto não foi algo marginal na vida de Jesus e dos apóstolos. Por isso, uma pergunta norteadora neste estudo do treinamento de líderes é se existe uma cadeia de disciplinas do início ao final do curso que encerra categoricamente esta convicção que tanto Jesus como os apóstolos estavam sempre 100% interessados na VIDA mais abundante e FELICIDADE maior de todos os que se uniam a eles.
Vejam que fenomenal: as ‘colunas’ da igreja de Jerusalém – ao sabatinar a Paulo e Barnabé antes de saírem para evangelizar o mundo, deram um conselho muito simples, e que se encontra em seus escritos: não se esqueçam dos pobres! (Gl 2.10)
(Extraído do nosso livro/e-book A GENEROSIDADE COMEÇA DE CIMA, Parte I, O lado do líder que sempre nos atraiu – Págs. 23-26)
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum [email protected]