Walber Gonçalves de Souza
Muitos pesquisadores defendem que as pessoas evoluem, que os povos evoluem coletivamente, não só no sentido biológico, mas nas suas mais variadas formas, sendo elas emocionais, psíquicas e sociais. Portanto, sempre num processo de transformação, de crescimento e de desenvolvimento.
Acreditando que este pensamento esteja correto, fico me perguntando, quando passaremos de estágio? Quando daremos mais um passo na mencionada evolução? É sabido que vivemos um momento de transição onde o velho e novo se encontram buscando novos paradigmas para a existência humana. Por isso nos vemos mergulhados em uma época de inúmeras crises. Mas precisamos sair delas, ultrapassá-las, deixa-las para trás. Certos dilemas, ditames, valores e pensamentos não condizem mais com aquilo que deveríamos nos propor, que é justamente nos tornarmos seres melhores.
Deixando a filosofia de lado e sendo mais objetivo, a famosa “Black Friday” no Brasil ainda insiste em tantos casos ser a “black fraude”. E é justamente neste contexto que nasce esta reflexão. Por que gostamos de avacalhar tudo? De enganar? Ludibriar? De continuar misturando o jeitinho brasileiro em todas as coisas?
Com isso continuamos no descrédito, desconfiados e desconfiando de todos, pensando e afirmando que as pessoas não passam de espertalhões à espera da oportunidade para cometer os seus deslizes e mais uma vez conseguir se dar bem perante ao próximo.
Precisamos criar um sentimento de orgulho de sermos corretos e de fazermos as coisas na tentativa de acertar. Sabemos que errar é humano, mas devemos acreditar que acertar também é humano. Precisamos acreditar que podemos ser honestos, que não precisamos tapear para se dar bem, que cada coisa tem o seu tempo e sua hora.
Precisamos deixar este pensamento fraudulento que parece não querer sair das nossas ações. É possível sim fazer as coisas corretas, procurar a perfeição, haja visto que alguns povos se encontram bem próximos destes objetivos mostrando assim que é possível.
O dia de promoção mencionado neste texto, acaba por transfigurar aquilo que comumente fazemos todos os dias. Houve exemplos bacanas em várias lojas, claro que sim, seria injusto dizer o contrário. Mas o que pretendo aqui neste texto é ir além do ato de comprar e vender. Mas sim estimular uma reflexão sobre algumas situações que estão presentes neste dia. Observa-se consumidores mal-educados, briguentos, em alguns casos verifica-se até baixaria. Salvo as exceções, boa parte dos lojistas fantasiam algo que de fato não existe.
E assim vamos construindo nosso o país, a nação que ainda acredita que ser o “esperto” ainda é o melhor caminho. Tomara que a evolução não demore a dar os seus sinais por aqui.
Walber Gonçalves de Souza é professor e escritor.