(Noé Neto)
As lutas dos movimentos antirracismo ganharam ênfase nos últimos dias diante dos confrontos vivenciados nos protestos, pró e contra, a “Marcha da supremacia branca” ocorridos no estado da Virgínia nos Estados Unidos da América.
As repercussões políticas e sociais das manifestações, ganharam o mundo e seguem influenciando ações de pessoas nas redes sociais e o comportamento de empresas em ações diretas de combate ao racismo. Uma das grandes marcas a se manifestar foi a spotify, serviço de streaming, com mais de 60 milhões de assinantes no mundo, que anunciou a exclusão de músicas que exaltam o neonazismo e a supremacia branca de sua playlist.
Esses fatos não são novos. Não é a primeira vez que os grupos se enfrentam e, infelizmente, dificilmente será a última. Eles existirão enquanto houverem grupos que se acham superiores a outros, baseando-se na cor da pele, na nacionalidade, classe econômica, ou qualquer outro fator desse tipo. Fundamentos utilizados exclusivamente para destilar ódio e violência sobre as pessoas.
Por maiores que sejam as manifestações de combate ao ódio e as ações que buscam propagar a liberdade e a igualdade, o que se nota é uma grave ausência de fraternidade. E nessa trindade de expressões, uma não existe sem a outra.
O grande anseio de todos os homens é ser livre, mas esse desejo lhe é retirado quando o mesmo se vê, por exemplo, impedido de transitar por determinado espaço. Esse impedimento pode ser por um aviso claro de proibido, tão comuns nos elevadores e nos clubes, ou simplesmente pelos olhares, que muitas vezes exclamam: “Aqui não é seu lugar!”
A igualdade, que permite termos os mesmos deveres, mas também as mesmas oportunidades e os mesmos direitos. Oportunidades muitas vezes retiradas pelo fato de sua pele ou seu cabelo “não se encaixarem no padrão”. Padrão de beleza? Perfil estético? Não há como pensar em igualdade enquanto formos escravos dessas expressões.
Encarar o outro como ser da mesma espécie já nos ajuda a entender a necessidade de nos enxergar como seres que sobrevivem em grupo e que devem trabalhar em comunidade para a evolução da espécie. Até mesmo os animais irracionais já aprenderam isso, e nós ainda não entendemos que todos temos a mesma importância para o grupo e compomos a mesma raça, a humana. Isso é fraternidade.
É inadmissível, em pleno século XXI da era cristã, as pessoas se sentirem superiores as outras, mas a realidade nos mostra que muitas se sentem. Então, nos resta a esperança de que as vozes desses grupos racistas, sejam abafadas pelos gritos de quem não suporta mais tanto desamor e deseja viver a riqueza da diferença, visualizando nela a liberdade de expressão, a igualdade de nacionalidade (de gênero, de credo, etc) e a fraternidade humanitária. Portanto, gritemos!
Prof. Msc Noé Comemorável.
Escola “Prof. Jairo Grossi”
Centro Universitário de Caratinga – UNEC
Escola Estadual Princesa Isabel