(Noé Neto)
Segundo FERNANDES (2017) “as comemorações do dia do estudante acontecem no Brasil desde o ano de 1927 e teve como ponto de partida algo que ocorreu cem anos antes, isto é, em 1827, na época do recém-instituído Império Brasileiro. Em 11 de agosto de 1827, o então imperador Dom Pedro I autorizou a criação das duas primeiras faculdades do Brasil”.
Hoje, 90 anos após a instituição de uma data de tamanha relevância, precisamos analisar com grande apreço o papel do estudante na sociedade atual, as conquistas estudantis e as lutas que ainda são necessárias ocorrer.
É inegável que em todos os momentos de grandes mudanças nesse país (na resistência à ditadura militar, diretas já, nos impeachments, etc), eles sempre estiveram à frente dos movimentos, colocando em prática aquele que para mim é o real sentido de estudante: “aquele que reflete, critica e busca modificar as condições da situação com a qual não concorda”.
São notórios os avanços conseguidos em benefício próprio e de toda sociedade por esse grupo. A expansão universitária, os auxílios estudantis, a formação de sociedades e conselhos científicos, a redução do analfabetismo e a inclusão nas escolas básicas e universidades de parcelas excluídas como índios e negros, são apenas algumas conquistas de várias políticas públicas sociais só foram e estão sendo implantadas pela pressão dos movimentos estudantis dentro e fora das universidades.
Ninguém questiona que ainda há muito o que ser conquistado. As recentes ocupações das escolas, iniciadas em São Paulo e que rapidamente ganharam apoio em todo o país, mostram claramente que os estudantes querem voz e vez e que muitas mudanças ainda precisam acontecer. Contudo, ninguém duvida também que a união dos jovens estudantes é um, ou quem sabe o, caminho para tais conquistas.
É necessário reconhecer que estudar é abrir os próprios sentidos às causas e sentimentos alheios. É aprender a respeitar limitações e vencer limites. Gerar fagulhas na obscuridade do desconhecido. Estudar vai além dos muros institucionais, dos livros, cadernos e projetos. Requer desprendimento, de tempo e de ideologias prévias. Abre janelas, arromba portas, rompe barreiras.
Por todas essas características e muitas outras, associadas as dificuldades e prazeres que o estudo nos fornece é que o estudante é um ser inquieto, investigativo, questionador e principalmente fundamental para o crescimento responsável de uma nação.
A comemoração desta data deve nos fazer rasgar o véu da insensatez e deixar de ver apenas crianças, adolescentes, jovens e adultos com livros nas mãos, para enxergarmos homens e mulheres com um país nas mãos. Mãos nas quais confiamos e esperamos que sejam da mudança, da justiça e da paz.
Prof. Msc Noé Comemorável
Escola “Prof. Jairo Grossi”
Centro Universitário de Caratinga – UNEC
Escola Estadual Princesa Isabel