CARATINGA– Em 2014, o Ministério Público Federal ingressou com ação civil pública, contra a União e o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), pedindo deferimento de tutela antecipada, para que fosse determinada a realização de melhorias no trecho urbano de Caratinga da BR-116. Após uma análise do Tribunal Regional Federal, subseção judiciária de Manhuaçu, o juiz federal, Gustavo Moreira Mazzilli deferiu em parte a liminar, impondo ao Dnit a instalação de redutores de velocidade eletrônicos próximos ao cruzamento das pistas na passagem localizada em frente à Engelmig, descrita pelo Ministério Público Federal (MPF) como ponto crítico dois e colocação de novas placas indicativas da existência de passagem inferior para pedestres, na rodovia e em seu entorno, no trecho das imediações da estátua do ‘menino maluquinho’, indicado pelo MPF com ponto crítico três.
No entanto, a obra ainda está em fase de projeto. Por isso, a unidade do Dnit de Caratinga anunciou ontem medidas paliativas no perímetro urbano. As medidas foram apresentadas pelo supervisor Robson Carlindo Santana Paes Leme. “Há cerca de três meses assumimos a chefia da unidade local e temos recebido constantemente demandas da comunidade, da classe política por melhorias e intervenções na travessia urbana. Estamos hoje com um projeto que vai solucionar de forma definitiva os problemas da travessia urbana. Ele está em Brasília, estamos buscando recursos para fazer a elaboração e se tudo correr bem, no final de 2018 a início de 2019 poderemos ter obras na travessia de Caratinga, se o orçamento da União permitir”.
MUDANÇAS
Enquanto a solução definitiva está em fase viabilização, o Dnit quer tentar “estancar” o número de acidentes registrados no perímetro urbano, conforme o engenheiro Robson. Está em fase de estudo no trevo do Esplanada, a viabilidade de alterações e possibilidade de implementação de rotatória. Outra mudança é o fechamento do cruzamento em frente à Engelmig. Será prolongado o canteiro central daquele ponto até os postos Caratinga e São Rafael. Ainda está prevista a instalação de redutores de velocidade próximo à Rodoviária.
Robson explica as mudanças que serão realizadas e afirma que a expectativa é de bons resultados. “Hoje (ontem) de manhã, realizamos estudos na região do Bairro Esplanada, amanhã (hoje) vamos estar lá de novo para fazer com cones, para ver qual é melhor situação que vai nos dar melhor resposta, para fazermos um canteiro de concreto e a rotatória. No outro lado, sentido Santa Rita de Minas, o Dnit está junto com o nosso corpo técnico, viabilizando a construção de um canteiro que vai da Ford até o Posto São Rafael, o que vai nos dar a tranquilidade que acidentes por colisão naquela região, não vamos ter mais. Então, estamos pegando o retorno da Ford. Para quem vier de Valadares na pista da BR-116, terá um retorno antes da Ford. Na Ford vamos fechar esse retorno, fazer um canteiro central e redutores de velocidade, próximo à Rodoviária, para passagem dos veículos e travessia dos pedestres”.
O engenheiro ainda destaca que quem vem do centro, terá que ir até a Rodoviária para fazer o retorno. Já para aquele que estiver vindo de Santa Bárbara ou Santa Rita de Minas para adentrar o centro, deverá fazer da mesma forma o retorno por baixo do viaduto. “A partir daí vamos estudando outras alternativas e intervenções que venham a melhorar o fluxo, a questão da preservação da vida. Quando a gente pensa em rodovia, a primeira coisa que vem à cabeça é a segurança viária, do cidadão que está utilizando aquela rodovia. A primeira medida nossa estancar essa sangria que está aqui em Caratinga”.
O Dnit ainda pretende trabalhar a educação no trânsito, com a confecção de faixas de orientação à população e campanhas de trânsito. As obras do canteiro central devem ter início dentro de 20 dias.
Em relação a uma reivindicação de parte da população que acredita na viabilidade de semáforos no perímetro urbano, Robson ressalta que a travessia de Caratinga não comporta. “Iríamos prejudicar, gerar engarrafamento e até acidentes maiores. A gente quer evitar ao máximo semáforos”. Já quanto a uma medida de segurança aos pedestres, o Dnit estuda a construção de passarelas. “A passarela é uma questão que a gente precisa estar estudando com calma, porque envolve recursos, mas não está descartado. Num segundo momento, vamos entrar com esses estudos”.
PRIMEIRO DIA DE TESTES
Adriano Panatieri, agente de trânsito, detalha os estudos de viabilidade de implantação de rotatória no trevo do Esplanada. “No primeiro momento, nas próximas duas semanas, vamos fazer um isolamento de algumas faixas com cones e sinalização. Depois de todos esses estudos, vamos ver o que ficou melhor para fazer um projeto para futuramente ser resolvido em definitivo. Vai ser feito o estreitamento das faixas, a faixa principal da rodovia vai ficar apenas uma faixa, isso vai diminuir a velocidade da via principal e permitir o melhor fluxo das vias de acesso aos bairros”.
Adriano considerou o primeiro dia de estudos na BR-116, como, em parte, satisfatório. “Uma parte foi bem satisfatória, na parte de Valadares a Santa Rita. Do outro lado, como a velocidade é maior devido à descida e não tivemos a divulgação, tivemos um pouquinho de dificuldade, mas amanhã (hoje) estaremos realizando com outra configuração”.
MUDANÇAS
O Dnit encaminhou o seguinte resumo das mudanças:
Final do canteiro central / Roberto Seguros/Rodoviária até o Posto Caratinga
– Colocar canteiro central
– Evitar acidentes de quem faz a conversão errada
– Redutores de velocidade para permitir acesso à rodovia mais fácil
Retorno em frente à Ford
– Será feita à esquerda da faixa
– Diminuição do canteiro central
Esplanada
– Grupo de estudos sobre a viabilidade de alterações e possibilidade de implementação de rotatória