ARATINGA – Até o mês de maio deste ano, 133 roubos consumados e oito homicídios foram registrados em Caratinga, de acordo com dados do Registro de Eventos de Defesa Social. Frente a 2016, quando foram registrados 81 roubos nesse período, o aumento foi de 64%. Em um cenário nacional, muito se fala do crescimento do número de crimes e da dinâmica como eles têm ocorrido. Por outro lado, há o empenho da Polícia Militar no combate à criminalidade.
No ranking composto por 300 municípios de Minas Gerais (com mais de 10.000 habitantes), com taxas médias de homicídios com arma de fogo, Caratinga ocupa a posição 80. No ranking nacional, o município está na posição 1000. Caratinga apresentou a mesma taxa que as cidades de Jaqueira (PE), Iracema (CE), Capanema (PR), Nova Aurora (PR), Pompéu (MG), Axixá (MG) e um pouco maior que as cidades de Ribeirão Pires, em São Paulo, que tem 112.000 habitantes e Guarulhos, também São Paulo, que tem 1.285.321 habitantes. No entanto, em números absolutos, estes municípios tem maior número de casos registrados.
Para falar sobre essas mudanças ocorridas ao longo do tempo, o DIÁRIO conversou com o policial reformado José Raimundo Cirilo, o sargento ‘Cirilo’. Ele ingressou na polícia militar em 30 de novembro de 1972 e se reformou em um dia que ele considera como histórico. “Nunca vou esquecer: 11 de setembro de 2001. Estava detonando os Estados Unidos à bomba e eu saindo da Polícia. A PM marcou minha vida toda, foi de sucesso o tempo todo, tudo que sou e tenho é devido à Polícia Militar, amizade com toda a região. Se tiver de começar de novo a minha vida, seria de novo policial militar, tenho orgulho de ter vestido essa farda”.
Em relação à PM, Cirilo destacou que sente que atualmente a corporação é mais valorizada. “Única diferença que vejo e sinto na polícia é que hoje é mais valorizada, reconhecida, principalmente em salário. Quando entrei, comecei ganhando menos que um salário mínimo, era tratado como ‘cachorro do governo’ e ‘passa fome’”.
Já se tratando dos criminosos, Cirilo destaca que hoje o crime é mais ‘sofisticado’ e os bandidos estão se atualizando e utilizando da tecnologia para aterrorizar a sociedade. “Os crimes sempre foram os mesmos desde o início do mundo, só muda a modalidade. Da mesma forma que acontecia crimes na minha época acontece hoje. Só que hoje são mais sofisticados. Hoje tem muito crime dentro desse ramo de tecnologia, na minha época os crimes eram mais brutos. Era um sujeito matando o outro a porretada, a facada, tiro e o tráfico não existia. Muita coisa mudou nesse sentido, mas só sofisticou. Crime é crime e não compensa”.