CARATINGA – Designado como loteamento Feliciano Miguel Abdala (Imigrante libanês e fundador da Reserva Particular do Patrimônio Natural Feliciano Miguel Abdala), à medida que o bairro foi se desenvolvendo, foi criada a associação de moradores que conseguiu implantar um bosque municipal com 4,5 hectares, além de construir praça central com playground, pista de caminhada, aparelhos para exercícios e fonte de água potável.
Quando da fundação do bairro Floresta, por ter essa nomenclatura, foram catalogadas todas suas ruas com nomes de árvores nativas, como: Travessa Jacarandá, Travessa Gameleira, Rua Parajú, Rua Braúna, Rua Guaribu, Rua Jequitibá, Rua Imbaúbas e Rua Ibisco.
O Bairro Floresta é conhecido pelas suas iniciativas ambientais. O Bosque Municipal conta com 3,4 hectares e esta área foi reconhecida pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) no Projeto de Recuperação da Mata Atlântica. Hoje o Bosque possui uma diversidade de mudas e madeiras de lei.
O INÍCIO DO BAIRRO E SUA CONSTRUÇÃO
A reportagem do DIÁRIO DE CARATINGA conversou com um dos moradores mais antigos do Bairro Floresta, Paulo César de Oliveira, 62 anos, o conhecido “Paulinho”. Há 17 anos morando nessa região de Caratinga por gostar muito da natureza e de árvores, Paulinho, junto de João Luiz, deu o nome ao bairro e para as ruas, usaram nomes de árvores. A praça se chama “Praça da Madeira”, e os primeiros moradores fizeram todo o plantio. “Tudo que tem aqui fomos nós, os moradores, que fizemos. A associação pagava muitas coisas”.
Paulinho contou que o local era uma área que pertencia a Feliciano Miguel Abdala, e onde atualmente é a Praça, era um brejo. “Quando fui comprar o lote, era apenas terra, estavam cortando barranco para fazer o loteamento. Comecei a colocar material aqui para construir a casa, morava na época na Rua 15 de Novembro, saía à noite e vinha conferir se estava tudo no lugar, pois não tinha ninguém morando”.
Na época em que Paulinho decidiu sair do aluguel e escolheu o Bairro Floresta para ter sua residência própria, os lotes custavam em torno de R$ 5mil e hoje chegam às cifras de R$ 200 mil. “Esse Bairro é privilegiado. Virou um campo de construções logo que liberaram para fazer as casas. A gente acreditou e foi dando certo. As pessoas viram que era bom, aqui é muito tranquilo, a maioria dos moradores é proprietário. É um dos melhores bairros de Caratinga”, afirmou.
Paulinho explicou que a finalidade da mata, que os primeiros moradores plantaram e que 90% é madeira de lei, é ser o pulmão do Bairro e por ser área verde, “impedir que fosse invadida, preservando a natureza”.
MELHORIAS
O Bairro é bem desenvolvido, mas na opinião de Paulinho ainda faltam algumas melhorias como asfaltamento da avenida principal, que é a Feliciano Miguel Abdala, e da Rua Jequitibá, aumentar as calçadas da praça onde as pessoas caminham, pois são estreitas, além de colocar uma boa iluminação e ter maior presença da Polícia Militar. “Tanto João Bosco quanto Marco Antônio fizeram muito pouco pelo Bairro. Vamos ver nesta nova administração, precisamos do asfalto, é preciso também fazer uma escadaria da Rua Jequitibá para Rua Parajú, pois as pessoas descem por um barranco”.
Outro problema na visão de Paulinho é o imóvel da cooperativa desativada, que estaria sendo usada para prostituição, uso de drogas, além de ter muitos animais peçonhentos. “É a única sujeira que o bairro tem. Gostaríamos que o poder público entrasse num acordo com Estado e a União, adquirissem a área e fizessem algo de útil. Quem passa ali se sente inseguro. O poder público tem que ter respeito por nosso bairro, lutamos por isso há muito tempo”.