Valeu Voador
A seleção do céu recebeu um grande reforço neste último sábado (17). Nosso futebol se despediu de um dos maiores goleiros de sua história. Gilberto Voador teve seus momentos áureos na carreira não só em Caratinga, mas também no Espírito Santo, no interior de São Paulo, além de ter jogado durante quatro anos, na categoria juniores, do Cruzeiro, em Belo Horizonte. Gilberto ficou entre os 100 melhores atletas do século na cidade mineira de Ribeiro Junqueira. Aos 35 anos de idade, o goleiro parou de jogar. Dependente de álcool por muito tempo, sofrendo com problemas de articulações e com sérios problemas financeiros, “Voador” nos deixou aos 58 anos.
Sou privilegiado por ter visto Gilberto atuar no gol do América. Elasticidade, colocação perfeita embaixo da baliza, fizeram dele um dos melhores de nossa história. Muitos que jogaram com ele terão ótimas lembranças e muitas histórias pra lembrar.
Mineiros: Hora de subir
As rodadas do Brasileirão vão passando e os mineiros até o momento “patinando” na competição. Na Série B o América é o retrato da inconstância. Outra vez deixou a vitória escapar. Mesmo atuando fora de casa, poderia ter vencido o Oeste. Se não mudar a postura, as chances de subir ficarão cada vez menores.
O Cruzeiro certamente ficará fortalecido com retorno de Arrascaeta quando estiver em condições, e Robinho com ritmo de jogo. Porém, Mano Menezes precisa definir titularidade na lateral direita e encontrar um lugar no meio para Hudson que é o melhor volante do elenco na minha opinião.
O Atlético voltou a vencer depois de um longo tempo. A pressão era enorme. Com alguns “apressadinhos” inclusive querendo a cabeça do técnico Roger. Contra o São Paulo, o alvinegro jogou bem e mereceu a vitória. Obviamente, pelo elenco que tem, pode jogar ainda melhor. Entretanto, nesse momento os pontos tem um peso ainda maior.
Penso como mestre Telê
Este ano se completam 25 anos do primeiro título de Libertadores do São Paulo sob o comando do eterno mestre Telê Santana. Para os mais jovens, que não tiveram o prazer de ver seus times jogarem como eu pude ver: Seleção Brasileira de 1982, Atlético de 1987, e depois o São Paulo Campeão de tudo, talvez não tenham noção de como pensava Telê. Alguns, até cometem uma grande injustiça em não dar ao mestre o devido valor. Pois bem, cada vez mais técnicos como ele faz muita falta ao futebol. Algumas frases dele retratam bem como ele via o jogo: “Se jogador do meu time faz falta por trás, ou entra para quebrar o adversário, o juiz nem precisa expulsar. Eu mesmo tiro de campo”, “Se for para mandar meu time matar a jogada, dar pontapé no adversário ou ganhar com gol roubado, prefiro perder o jogo”, “Atingir a perfeição é impossível. Mas aproximar-se cada vez mais dela, não”. Pensando assim, os times de Telê davam prazer a quem gosta de futebol. Simplicidade, objetividade sempre. Infelizmente depois da derrota pra Itália na Copa de 1982, alguns começaram a confundir jogar bonito com jogar bem. Isso acabou fazendo muito mal ao nosso futebol que durante muito tempo, e até hoje, paga um preço por isso. Uma geração inteira de torcedores, treinadores e até cronistas que acham que o importante é ganhar, não importa como.
Rogério Silva
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