CARATINGA – Como forma de aproximar os alunos para a realidade vivida pelos deficientes auditivos, a turma de Fisioterapia do Centro Universitário de Caratinga recebeu a visita de Ana Carolina Campos na aula de Libras desta última terça (21). Os alunos puderam praticar suas habilidades e ainda participaram de um bingo, em que a convidada, que é surda, informava os números por meio da comunicação com as mãos.
A Língua Brasileira de Sinais foi oficializada em todo o país em 2002. A partir de 2009, passou a ser disciplina obrigatória na grade curricular dos cursos de graduação do UNEC, mantido pela Fundação Educação de Caratinga (FUNEC). Além de complementar a formação profissional dos estudantes, contribui não só para o convívio social dos surdos, mas também para ampliar o acesso à saúde e à educação.
Segundo a professora da disciplina, Gabriella Coelho, o termo “surdo” caracteriza uma diferença linguística cultural dessa comunidade e não deve ser vista como condição física inferior. “Ser surdo para eles é ter uma característica diferente das demais pessoas, inclusive eles consideram essa limitação como uma qualidade, visão que chamamos de sócio-antropológica. E essa comunicação própria deles possui um conjunto de regras, níveis linguísticos necessários, por isso é considerada como língua”, descreve.
A iniciativa, para Gabriela, busca quebrar a barreira existente entre os leigos e a comunidade surda. “É uma forma também de eles perderem o preconceito da dificuldade de interação com um surdo. Hoje em dia, além de ser uma orientação legal, todo profissional que quer estar apto para atender à diversidade que nossa sociedade oferece tem que estar atento a essa nova língua. O profissional que se preocupa com isso ajuda a tornar a sociedade mais acessível, se comunicando com a pessoa surda em sua língua natural”, acrescenta.
Com o suporte da professora para interpretação do discurso, a convidada Ana Carolina Campos contou que se sente orgulhosa em participar da aula. Afirmou, ainda, que acha muito importante ensinar aos alunos essa comunicação com os surdos, independente da profissão, para que eles possam cada vez mais interagir socialmente.