Criança de três anos de idade tem dificuldades de locomoção. Família está em busca de orientações sobre a doença e doação de cadeira de rodas
CARATINGA- Pedro Henrique Ferrari, de três anos de idade é aluno da Escola Municipal Nossa Senhora do Carmo, no Bairro Esplanada. Ele é portador da mielomeningocele, doença que comprometeu seu desenvolvimento motor. Todos os dias, a família precisa improvisar para seu deslocamento até a escola. O garoto é conduzido em uma cadeira de passeio.
A situação enfrentada pela família é acompanhada pela equipe pedagógica da instituição de ensino. Na rotina escolar, Pedro tem o auxílio de uma monitora e se desenvolve normalmente. Percebendo as dificuldades enfrentadas pela família, a escola decidiu dar início a uma campanha em busca de melhorar a qualidade de vida da criança.
Eles estão à procura de profissionais da área, que possam orientar sobre a doença, inclusive se há possibilidade de Pedro passar pelo mesmo tratamento que Mel Marinho Martins e Vitória Emanuele de Oliveira fizeram com células tronco, na Tailândia. A família também pede a doação de uma cadeira de rodas.
O DIÁRIO DE CARATINGA esteve na escola e conversou com a mãe de Pedro, Tainá Ferrari Virgílio, 19 anos. A família mora na Rua Juvenato Vidal, Bairro Esplanada.
Pedro cursa o 1° período vespertino. Tainá chegou com o filho em um carrinho. Com o crescimento da criança, as pernas já não se acomodam mais de maneira confortável. “Ele não mexe da cintura para baixo. Tinha até perdido a sensibilidade, mas agora ele já sente até o joelho, mas não tem a firmeza ainda. Ele tem a dificuldade de locomover, porque engordou muito, cresceu e ficou pesado. Tem que carregar no colo ou nesse carrinho, mas já ficou pequeno para ele. Tem dia que ele não quer ir nele, porque aperta a perna. Ele também tem dificuldade nas necessidades fisiológicas, porque não sente. Então, ele já é grande, mas ainda precisa usar fralda, porque não tem o controle. E tem hidrocefalia, por conta doença, tem a válvula na cabeça”.
Apesar das dificuldades de locomoção, a aprendizagem de Pedro Henrique segue dentro da normalidade, como afirma a mãe. “Ele entende, aprende, só precisa da monitora para ficar olhando para ele não cair da cadeira, para beber água, por que ele não vai sozinho, só engatinha. Depende da gente pra tudo”.
A família está em busca de informações mais precisas sobre a doença de Pedro e o que pode ser feito para melhorar sua mobilidade. Enquanto isso, Tainá conta com a solidariedade da população e pede a doação de uma cadeira de rodas para o garoto. “Ele ainda vai ao médico novamente em abril, mas, o último médico falou que por enquanto vai ter que ser a cadeira de rodas, para ele poder se locomover mesmo de forma mais fácil, sem ficar dependendo muita da gente. Agradeceríamos muito, seria muito bom pra ele, enquanto não anda. O médico falou que vai ser mais velho que ele vai poder andar. E ele ainda não firma as pernas. Seria bom se alguém pudesse doar”.
INCLUSÃO E APRENDIZAGEM
De acordo com a supervisora da Escola Municipal Nossa Senhora do Carmo, Marly de Paula Barboza, a instituição trabalha a inclusão com os alunos e a necessidade de um ambiente harmonioso e aberto às diferenças. “A escola recebe outros alunos com necessidades especiais e sempre acolhemos com todo carinho e cuidado. Trabalhamos com nossos alunos a questão da inclusão, para que todos se sintam iguais. Com os conceitos que repassamos a eles, já percebemos o respeito com estes colegas de uma maneira espontânea. O papel da escola é acompanhar estes casos e garantir que estas crianças tenham acesso a uma educação de qualidade”.
Rosângela Batista Gusmão, monitora de Pedro, ressalta que o desempenho da criança é satisfatório. “O Pedro Henrique é tranquilo, apesar dos problemas de locomoção dele. É uma criança inteligente, ativa, participa de tudo, interage com todos. Estamos batalhando por uma melhor condição para ele, para poder transportá-lo melhor, até para a mãe trazê-lo para a escola, ficar mais fácil. Uma maneira de ajudar a família, a ele e a nós professores que trabalhamos com ele. Ele brinca na hora do recreio, desenvolve, é comunicativo e interage com todos, tanto professores quanto alunos. Ficamos sempre por perto para não deixar ele se machucar e nem que as crianças, sem querer, acabem machucando ele”.
Quem se interessar em contribuir na campanha de Pedro Henrique, pode entrar em contato com a escola pelo telefone 3329-8046.