SANTA RITA DE MINAS – A população de Santa Rita de Minas ficou chocada com o caso do padrasto que foi filmado agredindo a enteada de apenas seis anos (que é autista) com fortes chutes. O flagrante aconteceu no último domingo (1°), quando a mãe da criança, Paula Soares e a cunhada Tatiane Oliveira, resolveram filmar a ação de Luiz Marques Pacheco Júnior, 19, depois de observarem o comportamento diferente da criança. Uma manifestação pacífica está sendo organizada pela família para amanhã, às 11h30, na porta do Fórum Desembargador Faria e Sousa, com objetivo de sensibilizar o judiciário para que Luiz continue preso.
A reportagem do DIÁRIO DE CARATINGA esteve com a família da menina em Santa Rita de Minas. A garota de seis anos já começa a se sentir mais segura em casa.
Paula disse que a filha sempre foi muito tranquila, estuda desde os quatro anos e mesmo sendo especial e tento algumas limitações, consegue pronunciar algumas palavras, ter autonomia e se socializar. “Ela me surpreende muito, já está no 1º ano, tem um monitor por conta dela na escola, ainda não consegue formar frases, mas é uma criança feliz, gosta de brincar e é feliz, agradeço a Deus por isso”, contou a mãe.
No entanto, o comportamento da menina começou a mudar e a mãe logo observou. Ela não queria entrar em casa, sentia medo, chorava e quando se falava no nome de Luiz, a garota mudava totalmente. Perto da família, Luiz era uma pessoa atenciosa e carinhosa, mas longe, quando estava apenas com a enteada, se tornava agressivo. “Quando ele achava que não estávamos observando, minha filha o chamava e ele não respondia, ele a tratava com desinteresse. Veio a mudança de comportamento e começamos a desconfiar das agressões”, contou Paula.
Depois de comprovar as agressões através de uma filmagem de celular feita por Tatiane de Oliveira, que é tia da garota, Paula decidiu chamar a polícia e disse que se sente “destruída” por saber o quanto a filha sofreu. “Como mãe estou arrasada, dói muito, é algo irreparável, não estou conseguindo dormir, estou acabada”.
Paula ainda revelou que quando começou a desconfiar do comportamento de Luiz com sua filha, não imaginava que ele pudesse ser tão “monstruoso”. “Pedi para ele entregar um iogurte para ela, pensei que jogaria nela, ou então mostrasse e não desse, o que já seria absurdo, mas agredir com tanta monstruosidade foi demais. Minha filha sofreu muito”.
A tia da menina afirmou que, quando chegaram de um passeio na cachoeira no dia da agressão, observaram alguns hematomas pelo corpo da menina, que também estava assustada. “Quando falava o nome dele ela gritava, chorava, agredia ela mesma e a mãe. Não queria entrar em casa, por isso mudamos a posição dos móveis e nem isso resolveu. Foi revoltante o que constatamos, mas com ele preso minha sobrinha está melhorando, começou a perceber que ele não está mais aqui e está se soltando, ele não pode ficar impune”, disse Tatiane.
A família clama por justiça e por isso se manifestará. O objetivo é chamar atenção do juiz responsável pelo caso para que não deixe Luiz sair da cadeia, pois temem pela segurança da família. Paula ainda garantiu que entrará com uma medida protetiva para que, caso ganhe liberdade, Luiz não se aproxime dela e da filha.