“Por que estou nesta posição?”
Francamente, acho que há posições na sociedade nas quais temos a obrigação de nos perguntar a razão de estarmos aí. E é a partir de uma compreensão melhor que nossa atuação ficará mais clara e melhor definida para nós.
Infelizmente nem sempre fazemos esta pergunta.
Ao escutar segunda-feira passada vários palestrantes democratas americanos, fiquei bem impressionado com a visão da maioria deles – o oposto dos republicanos.
Diziam: – Estou aqui nesta posição de liderança, de influência, de governo, para servir o mais fraco, o menos capaz de se expressar, o menos bem sucedido, aquele que foi incapacitado por doença ou circunstâncias da vida, enfim, estou aqui para servir a você, cidadão comum, etc.
A consciência daqueles políticos era: Servir o povo é entender que foram pessoas como você e eu, que me elegeram. É por isso que sou representante e devedor deles. O que quer dizer, as necessidades deles são minha prioridade.
Na semana passada, na convenção republicana, a fala geral era outra: – Nós temos sido atacados… Já perdemos nossa posição… Nós precisamos voltar a ser o maior e melhor país… Nós somos a primeira nação do mundo… Nós… nós…
Este último tipo de discurso político foi uma espécie de retrocesso na diplomacia mundial, visto que a “guerra fria” – o tempo quando aqueles que se achavam os maiores faziam ameaças um contra o outro – já acabou.
No caso da instalação de mísseis soviéticos em Cuba, tivemos alguns inesquecíveis dias de tensão mundial, quando o dedo do Presidente Kennedy estava do lado do botão vermelho, pronto para disparar seus mísseis nucleares…
Lembro-me muito bem. Eu ainda morava em minha pequena cidade natal no Rio Grande do Sul. Foram dias nervosos e de muita emoção aqueles 6 dias, de 22 a 28 de outubro de 1962… Mas o diálogo, mais uma vez, venceu. Caso contrário, o mundo teria sido afetado profunda e catastroficamente.
– Por que estou aqui?
Invocando a opinião da Teologia, a questão é muito simples.
Quem está no governo, serve o povo. Quem está em posição de autoridade, serve o povo. Quem detém qualquer tipo de poder – econômico, de influência, de definição de atitudes e ações (profissionais, homens e mulheres de negócios, professores, padres, pastores, líderes comunitários, imprensa, etc.), está servindo o povo.
Todavia, todos nós em algum momento de nossa vida temos de nos perguntar: – Estou fazendo isso para mim, ou para quem?
Conheci um juiz numa cidade distante de Caratinga que um dia se fez esta pergunta crucial. – Por que estou neste lugar de poder? Ele disse isso de forma mais integral: – Por que Deus me colocou neste lugar de decisão sobre a vida de pessoas?
Aí surgiu uma situação de julgamento de uma pessoa envolvida com drogas e sua distribuição e venda. O réu demonstrava estar arrependido. Ele pedia uma chance, mais uma chance.
O juiz tinha a vida deste homem em suas mãos.
Poderia condená-lo a uma pena longa, e logo depois, ‘lavar suas mãos’ e continuar sua vida de servidor público, cumpridor de seu dever de zelar pelo cumprimento das leis.
Mas naquele dia ele descobriu um lado de sua posição na qual ele nunca tinha pensado.
De repente ele imaginou esse homem transformado num cidadão de bem. Talvez, se ele o perdoasse e, ao mesmo tempo, o ‘adotasse’, isto é, se ele pessoalmente se interessasse pela sua recuperação através de algum programa – quem sabe?!
O detalhe: ele o visitaria não como autoridade, mas como um ser humano, e como alguém que está acreditando numa volta por cima.
A boa notícia, que o juiz me contou com alegria e satisfação genuínas, foi que este rapaz não somente deixou as drogas, mas que se tornou um ‘campeão’ na missão de recuperar pessoas, jovens e não tão jovens, com crimes sérios ou menos sérios – enfim, ajudando-os a tornar verdadeira esta segunda oportunidade.
E mais importante ainda: hoje os dois, ex-réu e juiz, são grandes amigos! E, desde então, muitas outras pessoas receberam uma nova oportunidade!
É isso que a Teologia nos lembra sempre: nosso próximo merece – como aquele homem vítima de assalto na parábola do bom samaritano: não importa como a desgraça ocorreu – quem está caído merece a nossa dedicação e envolvimento.
Por isso, vale a pena dar uma segunda chance! E ser um criador de boas notícias.
Rudi Augusto Kruger,
Diretor e Professor de Teologia da FACTUAL, [email protected]
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