CARATINGA – Odiel de Souza lançou sua pré-candidatura no último dia 29 de abril. Ele trabalha para que o PMDB aprove seu nome e seja o candidato do partido. Em suas conversas, Odiel tenta mostrar que o PMDB é um partido forte e conseguiu eleger os prefeitos Anselmo Bonifácio, o ‘Fabinho’, que governou Caratinga entre 1983 e 1988; Dário Grossi, gestão 1993/96, e José de Assis, gestão 1997/2000. A sigla ainda participou das coligações que ajudaram eleger João Bosco Pessine (PT) e Marco Antônio Junqueira (PTB). Odiel atuou em todos esses governos, mas agora ele se julga preparado para colocar em prática o que aprendeu. Afinal, foi vereador, presidente da Câmara, secretário de governo e é o atual vice-prefeito, além de ter exercido a função de subsecretário do Agronegócio da Secretaria de Estado de Minas Gerais.
Nessa entrevista, diversas vezes ele falou, “o que é bom para Caratinga, é bom para a região”. Em sua visão, pelo fato de Caratinga ser uma cidade-polo, os progressos aqui conseguidos, também impulsionam a qualidade de vida dos habitantes das cidades vizinhas. Mas, reforça que não tem esse olhar egoísta e deseja benfeitorias não só para Caratinga. Odiel entende que com o partido vencendo nos outros municípios, ficaria mais fácil angariar recursos devido a situação do PMDB nas esferas estadual e federal.
Ele ainda reforça que o partido dessa vez não será ‘garupa’ e terá candidatura própria. Odiel diz com toda ênfase que é impossível que o partido tenha um candidato à vice numa chapa encabeçada pelo prefeito Marco Antônio.
A íntegra da entrevista está disponível no site www.diariodecaratinga.com.br.
O senhor foi vereador, presidente da Câmara, é o atual vice-prefeito e agora se coloca como pré-candidato a prefeito de Caratinga. É filiado ao PMDB, que tem os deputados Mauro Lopes e Adalclever ligados ao mais alto escalão do poder público, tanto em Brasília, quanto em Belo Horizonte. O que significa esse momento político em sua vida?
O que significa para mim significa para Caratinga. Hoje Caratinga está no ponto de ser governada novamente pelo PMDB, o município voltar a ter as coisas boas que o partido fez por ele. Hoje nós temos Mauro Lopes e Adalclever, como presidente da Assembleia Legislativa de Minas, tem tudo para fazer grandes coisas, não só para Caratinga, mas para toda região. Este é o momento do povo de Caratinga ter essa percepção e se unir em prol do PMDB e de um projeto voltado para nossa região. É nisso que estamos trabalhando, conversando com a comunidade, conversando com os pré-candidatos de outros municípios. Não podemos pensar somente em Caratinga, temos que pensar em toda a região. O que é bom para Caratinga é bom para região. Se sair alguma coisa para Piedade, Bom Jesus do Galho também é bom para Caratinga. Então, temos que trabalhar com esse objetivo. Repito, precisamos unir forças, pois se estamos perdendo para outras regiões é porque nos falta unidade.
O senhor é uma das poucas pessoas que está inserida no núcleo do poder há mais de 30 anos. Qual seu diagnóstico do setor político caratinguense e como essa sua visão poderá somar forçar e concretizar sua candidatura?
Estou desde 1982 na vida pública, apesar de que houve um hiato e fiquei dez anos fora mexendo com minha empresa. Mas, sempre estive no metiê político. Eu sou uma pessoa que participei de vários governos, seja com Fabinho, Dário Grossi, Zé de Assis, quando fui presidente da Câmara, ou Ernani Campos Porto. Posso falar que sei onde eles erraram e onde acertaram. Consegui pegar um know-how nessa área. A vantagem que eu tenho é o acesso a todos os partidos e a todos esses pré-candidatos. O adversário me respeita porque sabe que eu sou uma pessoa ética, trabalho em equipe, não sou de falar mal de prefeito. Tenho meus propósitos e trabalho para isso, mas sem prejudicar o meu adversário. Fiz uma reunião recentemente e me perguntaram qual seria a minha plataforma de governo. Repondo que minha plataforma será a transparência. Nós precisamos melhorar a imagem do político e para isso temos que começar em nossas bases. Hoje sei de pessoas que querem entrar para a política, mas ficam receosas devido ao sistema. Temos que fazer que isso melhore. Quando fui presidente do legislativo fiz o projeto Câmara Estudantil, que era para serem criadas novas lideranças. Infelizmente parei, não fui mais candidato a vereador, deixei para outros que não deram continuidade a esse projeto. Essa iniciativa era para que surgissem novas lideranças. Caratinga não pode ficar como está. Os políticos tem que pensar bem para que as coisas melhorem.
O senhor deixou sua marca por onde passou. No governo Fabinho era o ‘homem das festas’, atuou como secretário no governo de Dário Grossi. No governo José de Assis, como presidente da Câmara, promoveu a reforma do espaço físico do legislativo, no governo de Ernani Campos Porto, que teve papel decisivo no momento das enchentes. Poderia falar sobre essas atuações?
Na verdade, no governo do Sô Dário Grossi fui secretário de Obras e fiz o muro do Bairro Santa Cruz, dentre outras. Perto da Câmara fiz um projeto e não há nada como ele em Caratinga. São 40 metros quadrados de vão livre. Falavam que eu seria doido, mas sou uma pessoa que penso alto. Penso numa Caratinga grande, já está muito bom se conseguirmos 50% do que pensamos. Gosto de festas. Tem a questão do Parque de Exposições. A primeira coisa que fiz foi batalhar por recursos para o Parque e depois começar a obra, que giraria em torno de R$ 2 milhões. Infelizmente, não sei por qual motivo, a obra está parada, mas os recursos estão liberados e empenhados. Acredito que o governo deve continuar esse serviço. O prefeito sempre pensa no bem de Caratinga. Recursos que vieram para Santa Efigênia, Dom Modesto, nós lutamos na época, inclusive o governo anterior deixou a prefeitura com problemas, então tive que entrar com recurso em Brasília e a justiça federal liberou a verba. É um trabalho que deu certo porque tenho experiência nessa área. Se eu não estive junto do prefeito Marco Antônio, tenho certeza que esse recurso seria perdido. Por isso Caratinga só tem a ganhar comigo. Coordenei a campanha do deputado Mauro Lopes e do governador (Fernando Pimentel) em Caratinga e região. Tenho um know-how político e eles têm esse compromisso comigo. Participei do governo do estado, sei como ele funciona. Essa vantagem Caratinga vai levar com o meu nome. Quero que o povo entenda o que é melhor para ele e o meu nome estará à disposição. Candidato bom não tem estrela na testa. Para o eleitor se orientar, ele tem que analisar a base do candidato. Ver o seu passado, o que ele fez, o que deixou de fazer e o que poderá fazer. É dessa forma que ele vai errar menos e assim poderemos melhorar a nossa política. Da mesma forma, o eleitor tem que fazer essa análise quando o assunto é vereador. Precisamos também ter uma Câmara forte. Então, o jeito é pesquisar a vida de cada candidato.
Quando o senhor foi presidente da Câmara, fez um movimento e mobilizou Caratinga, esse movimento foi no trevo para Piedade. Essa ação chegou aos deputados e isso fez com que começasse a pavimentação da estrada Caratinga/Ipanema. O senhor acredita que hoje é possível terminar essa rodovia?
Falei anteriormente que precisamos de união. Quando formei a ACALEM (Associação das Câmaras Vereadores dos Leste de Minas), éramos 26 câmaras. Fazíamos regiões em todas as cidades. Então fizemos a grande mobilização em prol da Caratinga/Ipanema. A obra teve início em Aimorés. Achei isso um absurdo. Teve um trecho asfaltado em Piedade e por ali parou. Fizemos a mobilização e o Mauro Lopes conseguiu a obra e foram viabilizados recursos até São João do Jacutinga. Precisamos é disso, às vezes os deputados precisam de alguém que os faça mexer. Precisamos, juntos dos prefeitos da região, fazer até um manifesto se for preciso. É inaceitável aquele trecho não estar pronto. É um desgaste para os deputados, mas também para políticos locais. Tem que mobilizar, não adianta cruzar os braços e esperar que as coisas aconteçam. Nada vem de mão beijada, temos que fazer alguma coisa. Como ninguém cobra, os políticos ficam com os braços cruzados. Se vou conseguir, isso eu não sei, mas vou lutar em prol da obra. Nem eu e nem o deputado temos poder para fazê-la, mas é preciso força da comunidade para reivindicar junto às autoridades competentes. Precisamos é fazer pressão.
Nas eleições passadas, muito pelo seu trabalho, o PMDB conseguiu mais de nove mil votos para vereador. Como está sendo trabalhada a questão do legislativo no maior partido de Caratinga?
Se não me engano, foram 9.400 votos em 2012. Acredito que teremos uma chapa forte, sendo um dos poucos partidos que poderá contar com 36 candidatos. Devemos fazer coligação com o PMB. Poderemos contar com outros partidos, aí veremos como será nossa composição. Hoje atendemos todos os requisitos eleitorais, inclusive com o coeficiente de mulheres candidatas. O PMDB está muito bem, temos chances de eleger mais de cinco vereadores e vamos trabalhar para isso. Na pré-campanha vamos conversar e saber das propostas de cada candidato e assim a comunidade conhecer quem são essas pessoas. Teremos 45 dias de campanha e com esse período não dá para a população conhecer todos os candidatos.
Pelo PMDB ser o maior e mais tradicional partido em Caratinga, ele tem várias alas. Uma trabalha o nome do professor Eugênio Maria Gomes, outra trabalha o nome do ex-prefeito Zé de Assis e, óbvio, tem o seu grupo. Qual sua análise dessa situação?
Vejo isso com muita naturalidade. O PMDB é um partido grande e por isso conta com muitas pessoas que desejam outros candidatos. Isso é bom para o partido. Quem me conhece sabe do meu estilo, faço as coisas acontecerem. Fiz o lançamento de minha pré-candidatura, que contou com mais de 500 pessoas. Acredito que no final haverá um consenso em torno do meu nome. Meu propósito é fazer um trabalho sério que Caratinga está precisando. O PMDB tem que entender que os políticos estão tão desmoralizados, precisamos ter compreensão e diálogo, assim fica mais fácil para o eleitor entender o que realmente o PMDB quer.
Um assunto polêmico é o fato de o senhor ser vice e o prefeito (Marco Antônio) vem articulando e talvez queira uma pessoa do PMDB para compor chapa. O deputado Mauro Lopes já disse que o partido não será novamente ‘garupa’ e terá candidatura própria. Qual a possibilidade do PMDB estar junto de Marco Antônio?
Impossível. O trabalho do PMDB é para lançar candidatura própria em todos os municípios, principalmente aqueles acima de 50 mil habitantes. Caratinga está neste rol. Acredito que temos chances de ganharmos a eleição e o PMDB ajudou o prefeito anterior e o atual. Na verdade o partido não teve a resposta dos administradores. Dessa forma, não vejo como o PMDB ter um vice numa chapa encabeçada por candidatos de outros partidos.
Então seria o momento do governo inverter a situação e apoiar o PMDB?
Na eleição passada o deputado Mauro Lopes aglutinou o PMDB em prol da candidatura Marco Antônio. Mas agora é a vez do PMDB, temos que pensar em torno de Caratinga. O município não pode perder essa oportunidade. Se pensarmos num projeto maior, então essa é a vez do PMDB. Quem vai ganhar com isso será o povo. Dessa forma que eu vejo essa situação. Tenho certeza que isso irá acontecer. Tenho feito contatos e vejo a aclamação da população. Devagarzinho o povo começa a perceber. No final as lideranças políticas entraram em acordo a favor de um grande político não só para Caratinga, mas para a região.
Suas considerações finais.
Agradeço a oportunidade que mais uma vez recebo para expor minha pré-candidatura. Um abraço para todos. Aquelas pessoas que querem ajudar ao município é só procurar o PMDB que estamos à disposição.
O QUE ODIEL PENSA SOBRE:
Michel Temer (PMDB), presidente interino do Brasil
“Vemos que ele está tentando acertar. Entrou meio desacreditado, mas devagar está acertando e o povo começa a sentir que ele é bem-intencionado. Vamos dar uma chance para ele resolver os problemas. É difícil, mas sem o apoio da população não terá condições de resolver os problemas do país. Tenho certeza que ele sairá por cima”.
Supremo Tribunal Federal
“Órgão correto e que trabalha com transparência. O Brasil precisa é disso, que cada setor trabalhe em sua área. E é dessa forma que iremos resolver nossos problemas e daremos um passo muito importante”.
PSDB
“O partido está pensando no Brasil ao colocar alguns nomes no quadro de governo de Michel Temer. Não podemos pensar em politicagem. Vamos nos reunir para tirar o Brasil do buraco. É o momento de termos unidade”.
Fernando Pimentel (PT), governador de Minas Gerais
“A política está complicada, muitas denúncias. Se tem algo, tem que ser apurado. O eleitor quer as coisas claras. Se errou, terá que pagar. Penso assim, mas por enquanto não tem nada provado e o governador está fazendo o seu trabalho”.
Deputado Mauro Lopes (PMDB), deputado federal
“É uma pessoa que todos gostam. Até falamos que será difícil substituí-lo. Ele tem um carinho com Caratinga. Espero que possamos fazer muita coisa que o nosso povo está precisando”.
Adalclever Lopes (PMDB), presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais
“É muito amigo do governador, do vice Toninho Andrade, é bem articulado. Acho que o Adalclever não está sendo suficientemente usado para fazer as coisas para nossa região. Esse é um compromisso que faço, caso eu seja realmente candidato e venha a vencer, vou me reunir com as lideranças regionais para trabalharmos juntos de Adalclever. Tenho certeza que se tiver projetos, ele conseguirá os recursos”.
João Bosco Pessine (PT), ex-prefeito de Caratinga e pré-candidato nestas eleições
“É uma pessoa amiga. Até mesmo quando estivemos em lados opostos, sempre o atendi, no caso quando fui secretário de Agricultura. Tenho carinho por ele e ele tem por mim. Teve seu espaço, seus quatro anos de governo para fazer o seu trabalho. Agora tenta novamente. É uma pessoa que gostaria que estivesse do meu lado, mas existe a questão partidária. Espero que lá na frente possamos fazer um trabalho em conjunto”.
Márcio Didi (PROS), pré-candidato a prefeito de Caratinga
“Não tenho muita ligação com ele. Tive contato com seu irmão (Reinaldo, ex-prefeito em Imbé de Minas). Demonstra ser bem-intencionado. Todo o cidadão tem esse direito de almejar um cargo político”.
Doutor Welington, delegado de polícia e pré-candidato a prefeito de Caratinga
“Foi do PMDB e é uma pessoa amiga. É capacitado e tem tudo para fazer um bom trabalho em Caratinga”.
Van Gogh (PSOL), pré-candidato a prefeito de Caratinga
“É um amigo. Um idealista. Caratinga depende dele, pois está sempre denunciando as coisas erradas. Às vezes o poder executivo não tem condição de saber de todos os problemas do município. É algo positivo ter uma pessoa dessas ao lado para dizer o que está errado e o que está certo”.
Marco Antônio Junqueira (PTB), prefeito de Caratinga
“Como pessoa, não só ele e sua família, são todos bons. Mas, infelizmente, como político. Fui parceiro dele, mas hoje estou com o PMDB e pleiteio ser prefeito de Caratinga assim como ele. É um direito que nós temos. Espero que entenda a minha parte e agora tento o meu espaço”.
Deus
“É tudo na minha vida. Não conseguimos nada sem Ele. Ocupei vários cargos públicos e o poder pode nos corromper. Se a pessoa não tiver fé é fácil ser corrompida. Todas as manhãs, faço minhas orações e peço que isso não aconteça comigo”.
Família
“É tudo, é o nosso esteio. Tenho meus pais, minha esposa, minha filha, somos doze irmãos, sendo dez vivos. Meu pai tem 87 anos, minha mãe 84. Meus sogros me olham com muito carinho. Somos sempre unidos”.
Imprensa
“Sem imprensa não há divulgação daquilo que fazemos, pensamos. Não temos como chegar a todas as pessoas, e através da imprensa que elas nos conhecem melhor. Nessa campanha, de 45 dias apenas, a imprensa terá um papel fundamental”.