Aquele abraço amigo do esporte, amigo da bola. Depois da pausa para às eleições, voltamos a abrir nosso baú para mais uma vez recordar um grande craque do nosso futebol. Fico muito a vontade pra falar do personagem de hoje. Afinal, tive o prazer de passar boa parte de minha infância sendo “criado” por sua mãe a quem carinhosamente chamo de “tia Edi” e sua avó, dona Carmelita, também minha avó de criação que todos nos chamamos de “Vó Lita”. Mais que contar um pouco da história, quero aproveitar o espaço para reverenciar esse cara que é um dos meus ídolos de infância. Élvio de Souza Sales nasceu em 09 de Outubro de 1957 em Caratinga. Filho do lendário técnico Zé Canuta, começou no juvenil do Esporte Clube Caratinga em 1974. No ano seguinte transferiu-se para o América onde jogou até 1980. Seu primeiro jogo pelo juvenil do América em 1975 diante do Faixa Azul teve vitória americana por 2 a 1. Os vencedores foram: Wagner, Zé Barreto, Tadeu, Anísio, e Edervane. Élvio, Toninho e César. Edwir, Painha, Oreia. Jogaram ainda, Maurício, Heleno, Geraldinho, e Anjinho. O craque ainda jogou pelo titular do América até 1980.
Uma das maiores tristezas de Élvio foi a perda do título para o Caratinga em 1978. “Nosso time foi roubado pelo árbitro da FMF Ângelo Antônio Ferrari erámos melhor que o adversário”. Em 1979 atuou pela última vez com a camisa vermelha e branca. Em 1981 chegou ao Caratinga para se juntar a César, conhecido por todos como seu “irmão”. Aliás, primos de sangue, mas irmãos de criação. O curioso é que Élvio chegou ao Dragão exatamente para substituir o craque César que passaria por uma cirurgia. O rubro negro ficou com o título em 1981.
Como disse no começo da coluna, falar de Élvio pra mim é muito fácil. Afinal, sou testemunha ocular de boa parte dessa história. Apesar de muito pequeno quando era cuidado por sua família, me lembro que o assunto mais falado na casa era futebol. Não era pra menos, dois craques e um dos grandes técnicos do nosso futebol moravam lá. Futebol pela manhã, no almoço e no jantar. Algumas vezes me levavam para entrar em campo com o time. Tenho certeza que daí começou minha paixão pela bola. Na minha humilde opinião, o melhor meio campo que já vi jogar era formado por Élvio, César e Marcinho. Jogavam por música, nem precisavam olhar um para o outro, já sabia que o companheiro estaria lá. Atualmente quando vejo os volantes do nosso futebol, fico com saudade do tempo em que ele jogava. Elegante, cabeça erguida, passes certeiros, e lançamentos de 30, 40 metros com perfeição. Élvio não dava trabalho algum para a lavadeira. Afinal, nunca deve ter dado um carrinho. O craque faz parte daqueles que deveriam ser imortais. Esta semana ele completou 57 anos. Porém, que o encontra pelas ruas da cidade, em especial batendo aquele papo na banca do Ronaldo, na Avenida Moacir de Mattos, vê que continua com a mesma elegância dos tempos de jogador. Semana que vem recordaremos mais um de nossos eternos craques.
Rogério Silva
Leia mais comentários acessando o site: www.diariodecaratinga.com.br